terça-feira, 28 de outubro de 2014

"Não há nada como o Atacama"

Confira os melhores momentos do bate-papo com Adhemar Duro, embaixador de astrofotografia do ESO




(Galileu) Nesta segunda-feira (27) a GALILEU promoveu um #FacetoFace, um bate-papo através do Facebook, entre leitores e o astrofotógrafo Adhemar Duro. O professor catarinense foi escolhido como embaixador de astrofotografia doEuropean Southern Observatory (ESO) e compartilhou dicas de como tirar as melhores fotos do céu.

Confira, aqui, os melhores momentos da conversa:

Júlia Klein Aurélio: Teria algum horário que seja melhor para fotografar à noite? Sem ser timelapse.
Adhemar Duro: Sim. É necessário planejar de acordo com a fase da Lua. Se você quiser mais estrelas visíveis ou a Via Láctea, evite a luminosidade da Lua.

Rennan Araujo: Cara, queria que você me contasse um pouco de quando exatamente surgiu essa paixão por fotografia. E mais precisamente, sobre esse tipo tão peculiar.
Boa pergunta! Quando criança eu acordava bem cedo no domingo pra assistir a série Cosmos, com o genial Carl Sagan. Desde então sempre fui fascinado por Astronomia. Também adorava Star Wars e Star Trek!

Felipe Germano: Sei que você usa câmeras avançadas para conseguir as fotos com qualidade. Mas existe alguma forma de captar boas fotos com um equipamento amador? Como não passar vergonha tirando fotos da Lua e postando no Facebook?
Já vi resultados excelentes com sensor cropado. Há ótimas opções de lentes tb. Fotografe sempre em RAW!

Leandro Lara: Você poderia contar um pouco do processo para fazer esse tipo de foto?
Planejamento prévio é essencial. A escolha do local deve ser antecipada e planejada de acordo com a fase da lua. Depende da técnica que vc deseja realizar.

Jefferson Salgado: Existe algum curso online que você recomenda para quem quer começar a aprender esse tipo de fotografia ou mesmo fotografia básica? Sempre quis entender mais sobre o tema, mas na minha região não temos cursos assim.
Sugiro um e-book: Shooting Stars, do Phil Hart!

Fernandu Z-luciu: Existe ou qual seria opção no mercado de máquinas fotográficas para iniciantes do mundo da astronomia?
Qualquer câmera que permita captura em RAW e controle Manual de ajustes, com uma lente com foco Manual.

Luciana Galastri: No Brasil, quais são os lugares em que você já fotografou e que apresentaram a melhor visibilidade do céu?
Fotografei na região de Lages, na Serra Catarinense. Gostei dos resultados!

André Jorge de Oliveira: Na sua opinião, qual é a região que possui o céu noturno mais bonito do Brasil, seja para fotografar ou apenas admirar a olho nu? Tem alguma comparação com os céus do deserto do Atacama?
Essa pergunta está relacionada ao clima das regiões. Aqui no Sul é muito úmido mas algumas poucas noites de inverno são bem secas, ideiais pra astrofotografar. A melhor região para contemplação é aquela mais distante das grandes cidades que vc puder alcançar! Não há nada como o Atacama!

E um resumo da conversa, cortesia do Adhemar:

Como são muitas as perguntas, vamos ao essencial: 1 - Vá pra longe das cidades, 2 - Estabilize a câmera (tripé), 3 - Captura em RAW, 4 - Ajuste para ISO alto (entre 800 e o máximo de sua câmera), 5 - Abertura entre 2.8 e 4.0, 6 - Exposição de 15 a 30s, 7 - Foco no infinito (foque uma lanterna colocada no chão à distância e desligue o automático), 8 - Dispare com retardo ou controle remoto. Não tem erro!
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E mais:
Veja 10 imagens incríveis de astrofotografia (Super)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Brasileiro recebe título internacional de embaixador por astrofotografia

Professor, que dá aulas em SC, começou a utilizar técnica 'por curiosidade'. Ele é o único brasileiro entre 19 fotógrafos nomeados embaixadores.



(G1) O professor Adhemar Duro, de 41 anos, recebeu o título de 'Embaixador Fotográfico' de uma entidade internacional pelo trabalho com a astrofotografia. Ele é o único brasileiro entre os 19 fotógrafos nomeados embaixadores do European Southern Observatory (ESO).

A entidade possui um observatório no Chile. Em 2011, o professor, que dá aulas em Itajaí, entrou em contato com a unidade, inscreveu um projeto e conseguiu autorização para produzir imagens do espaço durante uma noite. "Muita gente visita o Chile para fazer essas fotos", afirmou Gustavo Rojas, representante brasileiro da organização. A titulação foi dada ao professor no fim do primeiro semestre deste ano.

Naquele ano, Adhemar começou a utilizar a técnica da astrofotografia "por curiosidade". "Mexo com fotografia desde a época do filme analógico. Profissionalmente, sempre fotografei cirurgias. Em 2009, comprei uma câmera digital e comecei a sair para treinar. Procurava tirar fotos da natureza", contou ele, acrescentando que aprendeu praticamente sozinho.

A vontade de aprimorar as técnicas fez com que ele voltasse para a faculdade como aluno para cursar Fotografia. "Me bateu um estalo e senti a necessidade de fazer algo novo", expõe. Morador de Balneário Camboriú, Litoral Norte catarinense, ele vive em Santa Catarina há 15 anos e atua como professor de Odontologia, em Itajaí.

Técnica específica
Segundo ele, a astrofotografia exige técnica apurada e muita paciência. Para a produção de uma única imagem, pode-se tirar mais de mil fotos por várias horas ou mesmo uma noite inteira. "É uma técnica bem específica e não se ensina na faculdade".

O Observatório afirma que o deserto do Atacama, no Chile, é um dos melhores lugares do planeta para observar estrelas. Foi lá que Adhemar registrou as imagens. Numa delas, chamada de 'rastros de estrelas', o céu forma circunferências a partir dos pontos de luz daqueles corpos celestes.

"Dá para fazer com uma foto só, que é bem mais complicado, ou com várias fotos de 20 ou 30 segundos. Aí edita e a imagem constrói a passagem das estrelas. É muito difícil conseguir aqui na região [de Santa Catarina]. É preciso de uma noite sem vento e umidade, com céu limpo e pouca lua", explica ele.

Ele conta ainda que tem buscado cada vez mais fazer uma transição para a nova profissão. "Quero investir mais nisso. Tem gente que diz que fotografar é um hobby, só que, para mim, é muito mais que isso. Fotografar um céu noturno mais límpido do mundo é uma visão fantástica", assegura Adhemar.
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Mais imagens aqui

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

16 fotos do eclipse total que avermelhou a Lua


(Exame) A filtragem da luz solar por camadas inferiores da atmosfera deixou a Lua vermelha na noite de 08 de outubro. Acesse acervo aqui

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Internauta fotografa obelisco durante fenômeno do equinócio em Macapá

Fotógrafo enviou imagem através da ferramenta colaborativa VC no G1. Registro mostra o sol através do obelisco do monumento Marco Zero.


(G1) Em Macapá, o internauta Manoel Raimundo Fonseca, de 50 anos, registrou o fenômeno do equinócio no momento em que o sol aparece no obelisco do monumento Marco Zero do Equador, ponto turístico da capital. O fenômeno é considerado um evento turístico no Amapá, e mostra o instante em que o sol se alinha com a linha imaginária do equador. A fotografia intitulada “Equinócio de Primavera na Linha do Equador” foi feita às 6h40 do dia 23 de setembro, dia de início do fenômeno, e enviada através da ferramenta colaborativa VC no G1.

“Como a imagem foi bem curtida no Facebook, recebi muitos elogios e ela foi bastante compartilhada. O equinócio sempre desperta interesse, principalmente por morarmos na Linha do Equador. Há um significado peculiar pra nós amapaenses”, explicou Fonseca.

Não foi a primeira vez que o internauta fotografou o fenômeno, mas desta vez, ele se preparou para o evento. “Eu já tinha fotografado o fenômeno antes, mas essa foto teve mais impacto. Me preparei bastante para esse momento”, disse.

Fonseca é analista judiciário e fotografa desde os anos de 1980, mas começou a se dedicar profissionalmente a fotografia há 2 anos. Ele acredita que o fenômeno poderia ser mais valorizado.

“Tenho amigos que moram no exterior e, quando expliquei o fenômeno, eles acharam fantástico. E pediram mais informações sobre nossa cidade, nossa cultura e como festejamos esse evento. O monumento do Marco Zero deveria ser um grande portal cultural e o equinócio deveria ser um evento que constasse como data importante a ser comemorada”, afirmou Manoel Fonseca.

O equinócio acontece em março e em setembro. O fenômeno marca o momento em que o dia e a noite têm a mesma duração (12 horas).