terça-feira, 21 de outubro de 2014

Brasileiro recebe título internacional de embaixador por astrofotografia

Professor, que dá aulas em SC, começou a utilizar técnica 'por curiosidade'. Ele é o único brasileiro entre 19 fotógrafos nomeados embaixadores.



(G1) O professor Adhemar Duro, de 41 anos, recebeu o título de 'Embaixador Fotográfico' de uma entidade internacional pelo trabalho com a astrofotografia. Ele é o único brasileiro entre os 19 fotógrafos nomeados embaixadores do European Southern Observatory (ESO).

A entidade possui um observatório no Chile. Em 2011, o professor, que dá aulas em Itajaí, entrou em contato com a unidade, inscreveu um projeto e conseguiu autorização para produzir imagens do espaço durante uma noite. "Muita gente visita o Chile para fazer essas fotos", afirmou Gustavo Rojas, representante brasileiro da organização. A titulação foi dada ao professor no fim do primeiro semestre deste ano.

Naquele ano, Adhemar começou a utilizar a técnica da astrofotografia "por curiosidade". "Mexo com fotografia desde a época do filme analógico. Profissionalmente, sempre fotografei cirurgias. Em 2009, comprei uma câmera digital e comecei a sair para treinar. Procurava tirar fotos da natureza", contou ele, acrescentando que aprendeu praticamente sozinho.

A vontade de aprimorar as técnicas fez com que ele voltasse para a faculdade como aluno para cursar Fotografia. "Me bateu um estalo e senti a necessidade de fazer algo novo", expõe. Morador de Balneário Camboriú, Litoral Norte catarinense, ele vive em Santa Catarina há 15 anos e atua como professor de Odontologia, em Itajaí.

Técnica específica
Segundo ele, a astrofotografia exige técnica apurada e muita paciência. Para a produção de uma única imagem, pode-se tirar mais de mil fotos por várias horas ou mesmo uma noite inteira. "É uma técnica bem específica e não se ensina na faculdade".

O Observatório afirma que o deserto do Atacama, no Chile, é um dos melhores lugares do planeta para observar estrelas. Foi lá que Adhemar registrou as imagens. Numa delas, chamada de 'rastros de estrelas', o céu forma circunferências a partir dos pontos de luz daqueles corpos celestes.

"Dá para fazer com uma foto só, que é bem mais complicado, ou com várias fotos de 20 ou 30 segundos. Aí edita e a imagem constrói a passagem das estrelas. É muito difícil conseguir aqui na região [de Santa Catarina]. É preciso de uma noite sem vento e umidade, com céu limpo e pouca lua", explica ele.

Ele conta ainda que tem buscado cada vez mais fazer uma transição para a nova profissão. "Quero investir mais nisso. Tem gente que diz que fotografar é um hobby, só que, para mim, é muito mais que isso. Fotografar um céu noturno mais límpido do mundo é uma visão fantástica", assegura Adhemar.
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